A energia solar no Brasil avançou mais de dez vezes em dois anos. Segundo o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Ministério da Economia, o país está cumprindo a meta da ONU de se investir mais em fontes limpas e renováveis até 2030.
Cataventos gigantes se multiplicaram rápido pelo território brasileiro. Já são mais de sete mil espalhados por aí. Juntos, produzem mais energia que a hidrelétrica de Itaipu. Hoje, 80 milhões de brasileiros são abastecidos pelo vento.
Os bons ventos da energia eólica só são comparáveis ao que já está acontecendo com a solar. Em apenas dois anos, o número de instalações de painéis solares deu um salto de pouco mais de sete mil (7.400) para 49 mil unidades em todo o Brasil. Um aumento de mais de 560%.
O custo alto da energia elétrica no Brasil e os preços cada vez mais competitivos dos equipamentos solares explicam a multiplicação, por todo o país, de projetos como esse: o maior telhado solar do Rio de Janeiro, que está sendo instalado no maior mercado popular da Zona Norte da cidade. E a única razão para este investimento estar acontecendo é a gigantesca economia na conta de luz. Mais de cinco mil placas fotovoltaicas espalhadas por uma área maior do que o campo do Maracanã. A energia produzida daria para abastecer mil residências.
Mesmo com os custos de instalação e manutenção do sistema, a economia na conta de luz vai ultrapassar os R$ 4 milhões nos próximos 15 anos.
“Nossa energia já é mais barata do que a concessionaria. Então, a ideia é cada vez mais baixar para que o Cadeg seja um atrativo, para que os comerciantes externos queiram colocar os seus negócios aqui dentro. Com energia mais barata e com a pegada da sustentabilidade, que é fundamental”, pontuou Marcelo Penna, presidente do Mercado Municipal do Rio de Janeiro, Cadeg.
“A gente tem a tecnologia a nosso favor. A cada dia, se inventam sistemas mais eficientes, inversores melhores, com menos perdas de energia. Então, é um caminho sem volta”, analisou Guilherme Richter, da Gerasun Energia Inteligente.
O estudo, inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que o Brasil está cumprindo o compromisso de investir em fontes limpas e renováveis de energia, um dos objetivos do desenvolvimento sustentável definidos pela ONU até 2030.
“Em termos de matriz enérgica brasileira, a participação das fontes renováveis, todas as fontes renováveis, é de 43%. E, comparando com o mundo, é de apenas 18%. Então, o Brasil tranquilamente está cumprindo essa meta de usar bastante energia renovável na sua matriz energética”, disse José Mauro de Morais, especialista do Ipea.