Energia solar pode ganhar impulso extra após queda de preço em leilão

energia solar pode ganhar um impulso extra no Brasil após os resultados históricos de um leilão realizado na semana passada pelo governo para a contratação de novos projetos de geração, disseram à Reuters dois importantes especialistas em planejamento energético.

As usinas solares apresentaram os menores preços na licitação da última sexta-feira, chegando a negociar a produção futura a 64,99 reais por megawatt-hora, valor pela primeira vez inferior ao praticado por empreendimentos eólicos e hídricos.

O preço, o mais baixo já visto para energia solar no Brasil, ainda ficou abaixo do valor de venda da produção da enorme hidrelétrica de Belo Monte, que em 2010 negociou contratos a 87 reais por megawatt-hora, em valores históricos.

Apesar do imenso potencial do Brasil para a geração solar, a fonte ainda representa apenas 1,27% da matriz elétrica do país, que tem uma longa história de predomínio da geração hidrelétrica, que responde por 60% da capacidade.

Energia solar pode ganhar impulso extra após queda de preço em leilão
Energia solar pode ganhar impulso extra após queda de preço em leilão

“Este leilão é um marco histórico em termos do preço da energia solar”, disse à Reuters o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. “Sem dúvida, o baixo preço da solar centralizada indica que ela pode ter um papel maior na matriz elétrica”, acrescentou ele.

O ex-chefe da EPE ressaltou, no entanto, que o leilão foi “atípico”, dada a baixa demanda por energia em meio à lenta recuperação da economia brasileira, o que aumentou a disputa entre investidores pelos contratos de longo prazo oferecidos aos vencedores da concorrência. “É claro… temos de saber se atingimos um novo patamar de preço ou se o resultado é fruto de uma situação conjuntural onde há um forte desbalanceamento entre oferta e demanda”, disse.

Outro fator por trás da forte queda nos preços foi a estratégia dos vencedores, que deixaram em média 70% da energia dos projetos para ser vendida no chamado mercado livre de eletricidade, no qual grandes consumidores podem negociar o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras, disse o presidente da consultoria especializada PSR, Luiz Barroso.

Ainda assim, ele também destacou a forte competitividade das usinas fotovoltaicas.

A fonte deixou para trás no último certame o preço mais baixo já alcançado por projetos eólicos no Brasil, de 67 reais, em um leilão do ano passado, e ainda aproximou-se de um recorde histórico da energia hidrelétrica, de 58,36 reais, praticado pela usina Teles Pires em uma licitação em 2010. “A esse nível de preço, a solar confirma o seu esperado protagonismo”, disse Barroso, que também presidiu a EPE, entre 2016 e 2018.

O consultor apontou, no entanto, que esse novo patamar significa também que o Brasil precisará avaliar como lidar com questões inerentes à geração solar, como sua variabilidade em função do clima. “Esse protagonismo fará com que o planejamento tenha que fatorar este resultado em suas análises, demandando mais preparação para lidar com a integração da fonte e seus impactos, como a intermitência”, explicou.

Mais espaço?

Os especialistas ainda destacaram que as usinas eólicas também mostraram-se fortemente competitivas no leilão, com preços de até 79,9 reais por megawatt-hora, perto do recorde da fonte. “Isso mostra que a energia solar e a eólica, que também teve um preço muito baixo, podem aumentar a participação na matriz elétrica sem onerar o consumidor”, apontou Tolmasquim.

Por outro lado, o espaço para o avanço dessas fontes renováveis não é “ilimitado”, acrescentou ele, defendendo o uso de outras formas de geração como termelétricas e hidrelétricas para “compensar” a intermitência das eólicas e solares.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que representa investidores do setor, defendeu após o leilão que a fonte de geração viu seus custos caírem nos últimos anos em ritmo bem além do previsto pelo governo anteriormente.

O chamado Plano Decenal de Energia, documento que traça diretrizes para o planejamento da geração no Brasil, apontou em sua versão 2027, publicada no ano passado, que o governo poderia avaliar uma expansão maior das usinas solares se estas vissem uma redução de custos de 40% até 2024.

“Antecipamos essa redução de preços em mais de cinco anos, em benefício de toda a sociedade brasileira. Desse modo, cabe ao governo fazer sua contrapartida e ampliar os volumes de contratação anual da fonte”, disse em nota o presidente do Conselho da Absolar, Ronaldo Koloszuk, defendendo a contratação de 1,9 gigawatt anual em capacidade solar.

O chamado “cenário de referência” para a expansão do parque gerador brasileiro no PDE 2027 prevê a contratação de cerca de 2 mil megawatts em capacidade de novas usinas eólicas por ano, enquanto usinas solares somariam 1 mil megawatts anuais.

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